Em época de abusos gastronómicos (e outros, e outros ...) nada melhor que começar o ano a (tentar) dar uns pontapés na bola.
O local é o do costume mas desta vez vamos deixar a roupa no balneário do outro lado. Quer isto dizer que passamos da habitual condição de visitado para a de visitantes e que quem nos recebe são os legítimos proprietários do campo.
É preciso recuar a 2008/09 para encontrar o último registo de jogos com os amigos do S.º Amaro.
A partida do próximo sábado tem início agendado para as 17:30 e assinala o reatar dos encontros entre os dois emblemas.
Nem a proximidade do Natal nos impediu comparecer em massa.
Vinte dísponíveis para dar uns pontapés, mais uns quantos para outras funções não menos louváveis. Só faltou o Horácio, curiosamente o nosso atleta mais assíduo. A quinta ausência aos jogos em oito épocas. É obra!
Do lado dos amigos do 22 de Junho algumas limitações na composição do grupo com escassas alternativas aos 11 que começaram.
O jogo foi em tudo igual ao que disputámos há quinze dias com os amigos do Paradense, desta vez, adiante-se já, com melhor desfecho no que ao resultado diz respeito.
Então, como agora, muita posse de bola da nossa equipa, ocupação constante do meio campo adversário mas concretização aquém daquilo que o volume de jogo justificava.
Em ambos os casos, também, um adversário que soube dar a iniciativa do jogo e que tentou tirar partido da velocidade dos homens mais adiantados.
No jogo deste Sábado o início foi mais do que promissor. Em escassos minutos criámos duas ou três ocasiões de golo que terão criado alguma ilusão de facilidades.
Foram mais eficazes os visitantes. À passagem do 14.º minuto, numa das primeiras descidas, adiantaram-se no marcador.
O registo não se alterou mais. Bola nos nossos pés, muitos jogadores em metade do campo e um adversário sempre à espreita de poder surpreender.
Com este panorama nada é dado como garantido. Tanto se pode ver premiado o esforço de quem mais empreende, como, numa desatenção, se pode dobrar a vantagem de quem vai na frente.
O prémio, achamos que mais que justo, só chegaria a 10 minutos do fim. O cruzamento do J. Alexandre levava bitola perfeita e o Sérgio, mais habituado a ter êxito com o pé esquerdo, concretizou um inédito golo de cabeça.
Ainda houve aproximações, de parte a parte, mas acabou empatado e assim é que está bem.
Mais um derby, mais um jogo em que todos se respeitaram e em que se renovaram votos de muitos e frutuosos "confrontos".
Algumas baixas de última hora fizeram baixar ligeiramente a média de comparência aos jogos mas, ainda assim, muito por onde escolher na recepção aos amigos de Chão da Parada.
Companheiros desde a primeira hora parecia não haver lugar para a surpresa.
Não foi bem assim pois os visitantes apresentaram algumas novidades, principalmente nas linhas mais avançadas.
A velocidade de alguns cedo começou a causar embaraços nas nossas hostes mais recuadas e, depois de duas ou três ameaças, consumou-se mesmo o avanço no marcador. Em dose dupla, no espaço de dez minutos.
Face ao que se ia passando em campo o resultado castigava-nos em demasia. Isto porque não escassearam as oportunidades para respondermos à altura. É certo que nem sempre fomos atinados na hora de rematar mas há que (também) arranjar culpado do outro lado. E está identificado. O guarda balizas do Paradense fartou-se de trabalhar.
Na segunda parte o nosso domíno acentuou-se com a bola quase sempre no meio campo do lado de lá.
Marcámos à passagem dos 15 minutos, com muito tempo ainda para para poder reverter o marcador mas, soube-se depois, de golos já estávamos todos conversados.
Em suma, jogo agradável de seguir, com muito empenho de ambos os lados e onde reinou sempre o fair play.
Espírito que se prolongou noite dentro. Nem podia ser de outra forma.