Até onde a nossa memória alcança (certo que já teve melhores dias ...) é difícil recordar meio jogo de tanto acerto.
Foi uma primeira parte de uma sintonia rara de se ver. A defender, a atacar, foram quarenta minutos de claro ascendente sobre uma equipa de reconhecido valor e que, por norma, nos obriga a esforços redobrados.
Pena que tanta parra tenha dado tão pouca uva. Um golo apenas, pelo marcador da moda. Um rapaz que na segunda parte até teve que calçar as luvas.
O intervalo estragou tudo. Não que a equipa tenha mudado assim tanto pois as reservas eram escassas. Mas alguma coisa se alterou.
Talvez seja injusto, contudo, procurar as causas só dentro de casa. É que do outro lado tudo se passou ao contrário.
E os amigos do Pilado voltaram transfigurados. Voltou a jogar-se mais no mesmo meio campo e a assediar-se mais a mesma baliza.
Do domínio Piladense resultou o mesmo pecúlio pelo que o empate se afigura mais que justo.
Voltámos às vitórias, depois de dois jogos com desfecho negativo.
O "adversário" é daqueles com quem raramente nos temos dado bem (em termos desportivos, entenda-se) mas desta vez tudo nos correu de feição.
Na fase de menor fulgor da nossa parte, que correspondeu a quase todo o primeiro tempo, soubemos (ou fomos obrigados a isso) ficar mais na expectativa, respondendo também, de forma afirmativa.
Nulo ao intervalo, mais prémio que castigo.
Mudança de campo e alteração no comando do jogo. Ou seja, voltou a jogar-se mais no mesmo meio campo.
A nossa melhoria traduziu-se em três golos, com zero contra.
Marco fez de verdadeiro ponta de lança em duas situações. Primeiro limitou-se a encostar um passe lateral mas, para chegar ao bis, precisou de contornar o GR visitante e finalizar de ângulo fechado.
Pelo meio, nota para um golo de antologia do Celso. Pegou na bola, bem no nosso meio campo, e foi por ali fora, metros a perder de vista, até contornar o n.º 1 adversário e concluir com êxito.
Falta dizer que o míster actual pediu dispensa para este jogo. Foi substituído, em cima da hora, pelo míster dos últimos anos.
É como diz o outro, "sai o Manel ... entra o Jaquim" e a máquina funciona (quase) sempre!
A pausa não foi boa conselheira. Perdemos o ritmo e o hábito. O número de disponíveis para correr nunca tinha descido dos 15 (e poucas vezes) mas desta vez só se apresentaram 13 valentes!
Como só jogam 11 de cada vez, nem se deu pela escassez de meios. Pelo menos na primeira parte, período em que criámos situações para ganhar algum avanço no marcador.
Por acaso até avançámos. Iam decorridos 10 minutos, canto a nosso favor e bola dentro da baliza adversária. O Marco tirou partido dos centímetros que a natureza lhe deu e fez o óbvio. O número 1 contrário lembrou-se de gritar e o homem do apito fez-lhe a vontade.
Um azar nunca vem só, ouve-se por aí. Foi mesmo assim porque na jogada seguinte sofremos um golo que contou mesmo. E tinha que contar pois não houve nada a apontar.
Nos minutos que se seguiram mostrámos como não se deve finalizar. Humberto, Zé Luís e Marco (2 vezes) apanharam-se a sós com o GR pela frente mas nunca decidiram da maneira que mais nos convinha.
Aos 34 minutos chegámos ao mais que merecido empate. Humberto foi atropelado pela enésima vez, pelo suspeito do costume. Desconfio que Santo(s) deve ser apelido do nosso ponta de lança. Outro, no seu lugar, por bem menos, teria armado tremendo pé de vento.
Desta vez foi dentro da área e impusemos a marcação do respectivo penalty ... do árbitro nem apito se ouviu!